sexta-feira, 22 de julho de 2016

Mais de três mil crianças de várias escolas do concelho praticaram, este ano letivo, atividades náuticas no Centro de Formação Desportiva a funcionar em Setúbal

Foto: Câmara Municipal de Setúbal
Os números foram revelados na manhã de dia 22 pelo vereador com os pelouros da Educação e do Desporto na Câmara Municipal, Pedro Pina, na sessão de abertura do III Encontro Nacional dos Centros de Formação Desportiva Náuticos, a decorrer no Fórum Municipal Luísa Todi, até às 18h00, com a participação de especialistas em atividades náuticas de todo o país.

O encontro, organizado pelas direções-gerais de Educação e dos Estabelecimentos Escolares, com apoio da Câmara Municipal, no âmbito do programa do Desporto Escolar e de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016, proporciona a partilha de experiências e a reflexão sobre a importância dos Centros de Formação Desportiva e o seu impacte na prática dos desportos náuticos.

Atualmente, existem no país 31 centros dedicados em exclusivo às atividades náuticas, num total de 40 englobados no projeto do Desporto Escolar, entre os quais um funciona em Setúbal, gerido pelo Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama com vários parceiros, incluindo a Câmara Municipal e clubes náuticos da cidade.

O vereador Pedro Pina classificou de “extraordinário” o trabalho desenvolvido pelo Centro de Formação Desportiva de Setúbal, a funcionar no centro náutico localizado do Parque Urbano de Albarquel, num espaço cedido pela autarquia.
“Mais de três mil crianças experimentaram desportos náuticos no rio Sado, no âmbito deste projeto. Já fazia falta um centro desta natureza e agora temos de melhorá-lo e apetrechá-lo para desenvolver todas as suas potencialidades, bem como dar continuidade ao trabalho de parcerias.”

A diretora do Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama, Fernanda Oliveira, sublinhou que o trabalho em conjunto é “fundamental para que o projeto cresça de forma sustentável” e assegurou que o agrupamento que dirige “está disposto a reforçar parcerias para potenciar esse crescimento”.

Presente também na sessão de abertura, o subdiretor-geral de Educação, Pedro Cunha, fez um balanço dos três anos de funcionamento dos Centros de Formação Desportiva, que começaram por ser 13, em 2013, e passaram a 40, em 2016, com o envolvimento de mais de 76 mil crianças, das quais 51 mil praticaram desportos náuticos.
“Estou claramente satisfeito com todos os indicadores que temos sobre o projeto. Estamos a fazer história na educação e no desporto escolar e vamos continuar.”

Ainda assim, Pedro Cunha considera que é necessário vencer alguns desafios, como “aumentar a cobertura com mais centros de formação e mais alunos a praticar”, além de “qualificar a oferta, através da melhoria das condições de treino e da intensificação da ligação ao movimento federado”.

A melhoria do acompanhamento técnico, científico e didático dos professores, o reforço do desenvolvimento curricular e a reflexão sobre “todas as modalidades que há para oferecer” são objetivos a ter em conta no futuro, no entender do responsável.

Outro aspeto realçado pelos intervenientes que participaram no primeiro painel do evento, sobre “O contributo do Desporto Escolar no desenvolvimento das atividades náuticas na Península de Setúbal”, é como criar respostas e condições para as crianças e os jovens continuarem a praticar desportos náuticos, com regularidade.
“Estamos a trazer as crianças para as atividades náuticas e a criar-lhes hábitos de prática, mas depois temos de criar respostas caso queiram continuar. Da nossa parte, estamos a fazer os possíveis para melhorar as várias componentes do sistema”, salientou o diretor do Departamento de Cultura, Educação e Desporto da Câmara Municipal de Setúbal, Luís Liberato. 

Para o dirigente, Setúbal “é um dos locais com melhores características naturais para a prática de desportos náuticos, quer ao nível da formação, quer para a alta competição”

Ainda assim, admitiu António Santos, do Centro de Formação Desportiva setubalense, “numa cidade à beira da água ainda há muitas crianças que não têm acesso a estas modalidades”.

Nesse sentido, espera que o projeto que ajuda a gerir seja, “dentro de dois anos, a base que vai potenciar o desenvolvimento da atividade náutica no concelho” e assegurou que “já proporcionou o acesso de um conjunto muito heterogéneo de crianças e jovens” à prática de vela, remo e canoagem. 

O primeiro painel do encontro contou ainda com a intervenção de João Cabeçadas, antigo velejador e um dos embaixadores de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016, que abordou o caso da Nova Zelândia, onde “todas as crianças na escola pública aprendem a praticar vela”.

Também Eduardo Almeida Faria, da Confraria Marítima de Portugal, salientou o exemplo da Nova Zelândia e defendeu a necessidade de se criar “um novo pilar de desenvolvimento económico, em torno do mar”, para o qual pode contribuir o desporto escolar.

O III Encontro Nacional dos Centros de Formação Desportiva Náuticos teve ainda, da parte da manhã, um painel que abordou estes projetos como recursos para integração de atividades náuticas no currículo, com as intervenções de Eulália Alexandra, subdiretora-geral de Educação, Fernanda Oliveira, diretora do Agrupamento de Escolas Sebastião da Gama, e Luís Bom, investigador da Faculdade de Humanidades e Tecnologias de Lisboa.

O evento prosseguiu na tarde de dia 22 com um painel sobre as perspetivas para a inclusão no âmbito das atividades náuticas, que contou com Teresa Ramilo, da PhD in sport science, e Mário Lopes, da Federação Portuguesa de Dança Desportiva.

Neste painel foram apresentados dois modelos de boas práticas, que são os casos dos centros de formação desportiva do Agrupamento de Escolas à Beira Douro e do Agrupamento de Escolas de Carcavelos.

“O papel do Desporto Escolar e das Federações no desenvolvimento das modalidades náuticas” é o título do último painel, que tem como oradores Carlos Paula Cardoso, da Confederação do Desporto de Portugal, e Humberto Santos, do Comité Paralímpico de Portugal.

Complementam o painel as intervenções de Vítor Félix, da Federação Portuguesa de Canoagem, Antero dos Santos, da Federação Portuguesa de Vela, Miguel Moreira, da Federação Portuguesa de Surf, e Luís Maricato, da Federação Portuguesa de Remo.

O III Encontro Nacional dos Centros de Formação Desportiva Náuticos contou ainda, ontem, na Escola Secundária Sebastião da Gama, igualmente em Setúbal, com reuniões técnicas e um plenário.

Fonte: Câmara Municipal de Setúbal

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