sexta-feira, 11 de outubro de 2013

A entorse do tornozelo é uma lesão muito comum


Aproximadamente 25.000 pessoas experimentam a cada dia. A entorse do tornozelo pode acontecer com os atletas e não-atletas, crianças e adultos.

Isso pode acontecer quando você participar de atividades desportivas e de aptidão física.

Também pode acontecer quando você, simplesmente pisar em uma superfície irregular, ou descer ladeira.


O QUE É UMA ENTORSE?

É um movimento violento com estiramento ou rutura dos ligamentos de uma articulação.

O entorse de tornozelo é uma das lesões do músculo esquelético mais frequentemente encontrada na população ativa.

Ocorre com maior frequência nos atletas que praticam futebol, basquetebol e voleibol correspondendo a cerca de 10% a 15% de todas as lesões do desporto.

Os ligamentos do tornozelo, mantém os ossos do tornozelo e articulações na posição. Eles protegem a articulação do tornozelo de movimentos anormais, especialmente torcendo, girando, e rolando de pé.

Um ligamento é uma estrutura elástica.

Ligamentos geralmente esticam dentro de seus limites e, em seguida, voltam para suas posições normais.

Quando um ligamento é obrigado a esticar além de sua amplitude normal, uma entorse ocorre. A entorse grave rasga as fibras elásticas.

ANATOMIA

A instabilidade lateral do tornozelo é dada pelo mecanismo contensor dos ligamentos talo-fibular anterior , posterior e fibulo-calcâneo. O mecanismo de lesão habitual é a inversão do pé com flexão plantar, numa intensidade além do normal que acontece geralmente ao pisar em terreno irregular ou degrau.

COMO ACONTECE

Entorses de tornozelo ocorrem quando há torções do pé, rolos ou voltas além de seus movimentos normais.

A grande força é transmitida após o pouso.

Você pode torcer o tornozelo se o pé for plantado de forma irregular em uma superfície, além da força normal de pisar.

Isso faz com que os ligamentos estiquem além dos limites normais.

MECANISMO DA LESÃO

Se há uma severa torção para fora do pé em relação ao tornozelo, as forças com que os ligamentos ficam são além do seu comprimento normal.

Se a força for demasiadamente forte, os ligamentos podem rasgar.

Você pode perder o equilíbrio quando o seu pé for colocado de forma desigual no chão.

Você pode cair e ser incapaz de ficar em que pé.

Quando a força excessiva é aplicada às estruturas de tecidos moles do tornozelo, você pode até ouvir um “pop”.

Resulta então na dor e inchaço.

CLASSIFICAÇÃO

A classificação do entorse de tornozelo, é observado no exame clínico da área afetada.

As entorses, podem ser classificados: graus I, II ou III, dependendo de sua gravidade:
  • Entorse grau I: Dor, com dano mínimo ao ligamento. 
  • Entorse grau II: Porção maior do ligamento é danificada, que gera uma leve frouxidão da articulação. 
  • Entorse grau III: Rutura completa do ligamento e a articulação fica bastante instável.

A entorse leve é Grau 1 - Grau I - estiramento ligamentar
  • Entorse Grau 1: Leve alongamento e alguns danos às fibras do ligamento.
Para uma entorse de grau 1, use RICE (repouso, gelo, compressão e elevação):
  • Descanse o tornozelo.
  • O gelo deve ser aplicado imediatamente. Ele mantém a diminuição do inchaço. Ele pode ser usado para 20 minutos a 30 minutos, três ou quatro vezes ao dia.
  • Compressão de curativos, bandas Imobilizar e apoiar o tornozelo lesionado.
  • Eleve o tornozelo acima do seu nível do coração por 48 horas.
A entorse moderada é Grau 2 - Grau II - lesão ligamentar parcial
  • Entorse Grau 2: ruptura parcial do ligamento. Frouxidão anormal da articulação do tornozelo.
Para um grau de 2 a entorse, as orientações acima também podem ser usadas. Dar mais tempo para que ocorra a cicatrização. Também pode ser usado um dispositivo para imobilizar o tornozelo.

A entorse severa é Grau 3 - Grau III - lesão ligamentar total
  • Entorse Grau 3: ruptura completa do ligamento. Instabilidade grossa.
Um grau 3 entorse pode ser associado com instabilidade permanente.

A cirurgia é raramente necessária.

Reabilitação é usada para ajudar a diminuir a dor e o inchaço e para evitar problemas crónicos no tornozelo.

Ultrassom e estimulação elétrica também podem ser utilizados conforme necessário para ajudar com a dor e inchaço.

Em primeiro lugar, os exercícios de reabilitação podem envolver amplitude de movimentos ativos ou movimentos controlados da articulação do tornozelo, sem resistência.

Exercícios na água podem ser usados, caso os exercícios de fortalecimento em solo, sejam muito dolorosos.

Exercícios de membros inferiores e atividades de corrida são adicionados como tolerado.

Proprioceção é muito importante, pois a falta dela é uma das principais causas de repetição da entorse e uma articulação do tornozelo instável.

Uma vez que você está livre de dor, outros exercícios podem ser adicionados, tais como exercícios de agilidade.

O objetivo é aumentar a força e amplitude de movimento, o equilíbrio melhora com o tempo.

QUADRO CLÍNICO

No quadro clínico é encontrado dor e edema localizado na face ântero-lateral do tornozelo, equimose após 48 horas e dificuldade para deambular.

A associação destes sintomas com o teste gaveta anterior e positivo permite caracterizar uma lesão grau III em 96% dos casos.

Se houver uma lesão completa dos ligamentos, o tornozelo pode tornar-se instável após as passagens de fase lesão inicial.

Se isto ocorre, é possível que a lesão possa também causar danos à superfície própria articulação do tornozelo.

SINTOMAS

A quantidade de dor depende da quantidade de alongamento e rutura do ligamento. Instabilidade ocorre quando houve completa rutura de ligamento ou um deslocamento completo da articulação do tornozelo.

Exames complementares:

Radiografias e ressonância nuclear magnético podem ser úteis no auxílio do diagnóstico.

TRATAMENTO = R.I.C.E

Gelo / Repouso/ Elevação do membro/ anti inflamatórios não esteróides (AINES).

Na lesão completa, a proteção articular com imobilizadores semirígidos.

Caminhar pode ser difícil por causa da dor e inchaço.

Você pode precisar usar muletas caso a dor esteja muito forte.

Normalmente, o inchaço e dor tem duração de dois a três dias.

A maioria das entorses de tornozelo só precisam de um período de proteção para curar.

O processo de cura leva cerca de quatro semanas a seis semanas.

Mesmo uma rutura do ligamento completa pode curar sem reparo cirúrgico se for imobilizada de forma adequada.

Mesmo se um tornozelo tiver lesão cronica, ainda pode ser altamente funcional.

Todos os entorses de tornozelo recuperar através de três fases:
  • Fase 1 inclui repouso, protegendo o tornozelo para reduzir o inchaço (uma semana). 
  • Fase 2 inclui a reposição de amplitude de movimento, força e flexibilidade (uma semana a duas semanas). 
  • Fase 3 inclui gradualmente retornando às atividades que não necessitam de giro ou de torção do tornozelo e fazer exercícios de manutenção.
Isto será seguido mais tarde por ser capaz de fazer atividades que exigem viragens bruscas e repentinas (atividades de corte), como ténis, basquetebol ou futebol (semanas ou meses).

O RESULTADO A LONGO PRAZO

Se uma entorse de tornozelo não é reconhecido, e não é tratada com a atenção e cuidados necessários, podem ocorrer problemas crónicos de dor e instabilidade.

TRATAMENTO CIRÚRGICO

O tratamento cirúrgico para entorse de tornozelo é raro.

A cirurgia é reservada para os ferimentos que não respondem ao tratamento não cirúrgico, e para a instabilidade persistente depois de meses de reabilitação.

O tratamento cirúrgico comparado ao tratamento conservador não mostra superioridade ao retorno precoce à atividade física, parece evoluir com menor instabilidade residual.

O tratamento conservador é dado de preferência para as lesões agudas com atenção dos pacientes que possam permanecer sintomáticos. Complicações

A Instabilidade crônica, lesão osteocondral impacto com processo inflamatório e podem ser investigados com auxilio de exames complementares e artroscopia sendo este último de maior especificidade.

Em caso de entorse de tornozelo procure um ortopedista especialista em pé e tornozelo para melhores orientações.

EXAMES COMPLEMENTARES

Radiografias e ressonância nuclear magnético podem ser úteis no auxílio do diagnóstico.

COMO PREVENIR ENTORSES
  • Usar sapatos apropriados e de tamanho ideal, durante o exercício.
  • Alongar antes e depois de actividades atléticas ou de recreação.
  • Evitar mudanças bruscas de posição e de direcção.
  • Enfaixar os tornozelos ou usar ligaduras durante os desportos vigorosos, especialmente, se já houver uma lesão antiga.
QUANDO RETOMAR AO DESPORTO OU Á ATIVIDADE FÍSICA

O objetivo da reabilitação é que o retorno do paciente ao desporto ou à atividade aconteça o mais breve e seguramente possível.

O retorno precoce poderá agravar a lesão, o que pode levar a um dano permanente. Todos se recuperam de lesões em velocidades diferentes e, por isso, para retornar ao desporto ou à atividade, não existe um tempo exato, mas quanto antes o médico for consultado, melhor.

O retorno ao desporto ou à atividade acontecerá, com segurança, quando os itens listados abaixo acontecerem, progressivamente:
  • Possuir total arco de movimento do tornozelo lesionado, em comparação ao não lesionado.
  • Possuir total força do tornozelo lesionado, em comparação ao não lesionado.
  • Correr em linha reta, sem sentir dor ou mancar.
  • Correr a toda velocidade, em linha reta, sem sentir dor ou mancar.
  • Puder fazer viradas bruscas, a 45º, inicialmente, a meia velocidade e posteriormente, a total velocidade.
  • Puder fazer o “8”, com 18 metros, inicialmente, a meia velocidade e, posteriormente, a total velocidade.
  • Puder fazer viradas bruscas, a 90º, inicialmente, a meia velocidade e posteriormente, a total velocidade.
  • Puder fazer o “8”, com 9 metros, inicialmente, a meia velocidade e, posteriormente, a total velocidade.
  • Puder pular com ambas as pernas e, depois, apenas com a perna lesionada, sem sentir dor.
Exercícios de reabilitação para entorse do tornozelo
*** Atenção, cuidado!!!***
***Sempre faça os seus exercícios acompanhado por um profissional***

Os exercícios a seguir são apenas um guia de tratamento básico, por isso o paciente deve fazer a reabilitação acompanhado de um fisioterapeuta, para que o programa seja personalizado.

A fisioterapia conta com muitas técnicas e aparelhos para atingir objetivos como analgesia, fortalecimento muscular, manutenção ou ganho da amplitude de movimento de uma articulação, etc., e por isso, o tratamento não deve ser feito em casa e sem a supervisão de um profissional.

1 - Alongamento Com a Toalha:
Sentar sobre uma superfície firme, com a perna lesionada estendida à frente do corpo.
Laçar o pé com uma toalha e puxá-la, suavemente, em direção ao corpo, mantendo os joelhos estendidos.
Manter essa posição por 30 segundos e repetir 3 vezes.
Para um bom alongamento, é necessário sentir, apenas, um desconforto, não devendo permitir uma dor aguda.
Quando esse alongamento for muito fácil, deve-se iniciar o alongamento da panturrilha em pé.

2 - Alongamento em Pé da Panturrilha:
Ficar de pé, com os braços estendidos para frente e as mãos espalmadas e apoiadas em uma parede na altura do peito.
A perna do lado lesionado deve estar, aproximadamente, 40 cm atrás da perna do lado são.
Manter o lado lesionado estendido, com o calcanhar no chão, e inclinar-se contra a parede.
Flexionar o joelho da frente até sentir o alongamento da parte de trás do músculo da panturrilha, do lado lesionado.
Manter essa posição de 30 a 60 segundos e repetir 3 vezes.

3 - Alongamento do Músculo Soleo:
Em pé, de frente para parede com as mãos na altura do peito, com os joelhos levemente dobrados e o pé lesionado para trás, gentilmente apoiar na parede até sentir alongar a parte inferior da panturrilha.
Virar o pé lesionado levemente para dentro e manter o calcanhar no chão.
Manter essa posição por 30 segundos e repetir 3 vezes.

4 - Arco do Movimento do Tornozelo:
Pode ser feito sentado ou deitado.
Com a perna esticada e o joelho apontando para o teto, movimentar o tornozelo para cima e para baixo, para dentro e para fora e em círculos.
Não dobrar o joelho enquanto estiver fazendo esse exercício.
Repetir 20 vezes para cada direção.

5 - Exercícios Com a Faixa Terapêutica:
A - Resistência a dorsiflexão:
Sentado com a perna lesionada estendida e o pé perto de uma cama, enrolar a faixa ao redor da planta do pé. Prender a outra extremidade da faixa no pé da cama.
Puxar os dedos do pé, no sentido do corpo. Lentamente, retornar à posição inicial.
Repetir 10 vezes e fazer 3 séries.

B - Resistência à flexão plantar:
Sentado com a perna lesionada estendida, laçar a planta do pé com o meio da faixa.
Segurar as pontas da faixa com ambas as mãos e, suavemente, empurrar o pé para baixo apontando os dedos do pé para frente, tencionando a faixa terapêutica (thera band), como se estivesse acelerando o pedal de um carro.

C - Inversão com resistência:
Sentar com as pernas estendidas, cruzar a perna não lesionada sobre o tornozelo lesionado.
Enrolar a faixa no pé lesionado e em seguida laçar pé bom, para que a faixa terapêutica (thera band) fique com uma ponta presa.
Segurar a outra ponta da faixa terapêutica (thera band) com a mão. Virar o pé lesionado para dentro e para cima.
Retornar à posição inicial. Fazer 3 séries de 10.

D - Eversão com resistência:
Sentado, com ambas as pernas estendidas e a faixa laçada em volta de ambos os pés.
Lentamente, virar o pé lesionado para cima e para fora.
Manter essa posição por 5 segundos. Fazer 3 séries de 10.

6 - Elevação dos Calcanhares:
 Segurar em uma cadeira e suspender o corpo sobre os dedos dos pés, tirando os calcanhares do chão.
 Manter esta posição por 3 segundos e, lentamente, voltar à posição inicial.
 Repetir 10 vezes e fazer 5 séries.
 À medida que o exercício ficar fácil, levantar, apenas, o lado lesionado.

7 - Elevação Dos Dedos do Pé:
Em pé, tirar os dedos do chão.
No início pode-se balançar para trás sobre os calcanhares, de maneira que os dedos dos pés saiam do chão, para facilitar o exercício.
Manter essa posição por 5 segundos e fazer 3 séries de 10.

8 - Equilíbrio Sobre Uma Perna:
Ficar em pé, sem apoiar em nada e equilibrar-se sobre a perna lesionada.
Não deixar que o arco do pé aplaine-se, nem que os dedos do pé se dobrem.
Começar com os olhos abertos e, posteriormente, tentar fazer o exercício com os olhos fechados.
Manter a posição sobre uma única perna por 30 segundos.
Repetir 3 vezes.

9 - Pular Corda:
Pular corda com as duas pernas, por 1 minuto, depois apenas sobre a perna lesionada, por 1 minuto.
Se ficar fácil, aumentar o tempo.

10 - Tábua de Equilíbrio:
Esse exercício é importante para restaurar o equilíbrio e a coordenação do tornozelo.
Subir em uma tábua de oscilação e equilibrar-se apoiando sobre ambas as pernas e depois, sobre a perna lesionada.
Fazer isso por 2 a 5 minutos, 3 vezes ao dia.
Uma cadeira pode ser colocada em frente ao paciente, para ajudar a equilibrar-se.

Fonte: Internet
P’Massagista
Helena Santos
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