O defesa Frederico Venâncio está esperançado de que
o Vitória de Setúbal irá prosseguir a sequência de resultado positivos
na receção de sábado ao Chaves, em jogo da 21.ª jornada da Liga.
«Queremos dar sequência à série de bons resultados», afirmou Frederico Venâncio, esta quinta-feira, na conferência de imprensa de antevisão do duelo de sábado, com os flavienses, realizada no Estádio do Bonfim.
«Queremos dar sequência à série de bons resultados», afirmou Frederico Venâncio, esta quinta-feira, na conferência de imprensa de antevisão do duelo de sábado, com os flavienses, realizada no Estádio do Bonfim.
O treino, desta quinta-feira, ficou marcado por Bruno Varela e Fábio Cardoso já reintegrados, mas de forma condicionada.
Os sadinos regressam ao trabalho na sexta-feira, à porta fechada, e o treinador José Couceiro irá depois, às 12.30 horas, analisar a partida diante do Chaves.
Mas é dos anseios de Frederico Venâncio, filho do antigo central do Sporting com o mesmo apelido, que todos queríam ouvir. E o jogador deixou uma mensagem de confiança para o duelo com o Chaves
- Completou 100 jogos na Liga pelo Vitória diante do Benfica, mas só soube no final do jogo. Qual o significado desse marco, é especial?
- Só a seguir ao jogo com o Benfica é que me apercebi disso, não o tinha presente. É um marco importante para mim, mas mais ainda porque foram 100 jogos ao serviço do Vitória, o que é uma situação ainda mais especial. Mais ainda, pelo resultado nesse dia, ganhar a um grande [1-0], foi muito saboroso.
- Por falar em grandes: não há memória, nos anos mais recentes, de o Vitória chegar a fevereiro invicto ante Benfica e FC Porto, e, mesmo tendo já perdido com o Sporting, também já lhes ganharam. Saboroso?
- Sim, Mas nesse dia, com o Benfica, foi importante porque o Vitória já não ganhava ao Benfica para a Liga há 18 anos. Foi bom quebrar esse ciclo, essa história que vinha aqui acontecendo. Mas é verdade, já ganhámos no Bonfim ao Sporting, também, este ano as coisas estão a correr bem, a equipa está confiante, sente-se confiante com as ideias do treinador e aplica-as muito bem dentro do campo. Damos sempre o nosso melhor, não só contra os grandes mas contra todas as equipas. E este fim-de-semana também vamos dar o nosso melhor e, com a força dos nossos adeptos, vou apelar à presença deles, será um jogo difícil e queremos passar este difícil obstáculo, ganhando.
- Também o Chaves, adversário de sábado, tem dificultado a vida aos grandes, tendo eliminado FC Porto e Sporting da Taça de Portugal…
- É um equipa muito boa. Tem jogadores que já andam na Liga há muito tempo. Por isso, apesar de o clube em si ter subido esta época, a constituição da equipa, vários jogadores já são experientes, com muitos anos de Liga. Essa situação tem-se visto nesses jogos. Só perderam ainda quatro vezes neste campeonato, por isso temos consciência de que será um jogo muito complicado, mas no qual temos de dar o nosso melhor, explorar os pontos fracos deles e eliminar os pontos fortes.
Reencontro com antigos jogadores do Vitória
- Entre a equipa adversária vai reencontrar muitos ex-companheiros no Vitória. Será especial?
- Será especial. No meu caso, é mais o Pedro Queirós, como foi capitão no Vitória, estive com ele várias épocas no Bonfim. E o próprio Pedro Tiba, o Fábio Martins derivado das seleções, o Rafael, o Ricardo, mas pelo que sei está lesionado e não virá. É sempre bons momentos reencontrar velhos amigos e velhos companheiros. Mas durante os 90 minutos são inimigos, por assim dizer, mas no final vamos trocar ideias e algumas histórias. Vai ser especial, certamente.
- As duas equipas estão igualadas em pontos, caso o Vitória vença adquirirá vantagem no confronto direto com o adversário direto. Pode dizer-se que é um jogo de quatro pontos?
- A equipa tem consciência disso. Ganhando estes pontos, no final poderão fazer a sua diferença, em termos classificativos. Queremos dar o nosso melhor, queremos ganhar, para depois, no confronto direto, estarmos melhores do que eles nessa situação. É claro que sabemos que vai ser difícil mas não podemos dizer que seja decisivo, pois ainda há muito campeonato pela frente, muitos pontos para serem disputados. Poderá não ser decisivo, como poderá sê-lo. Só no final poderemos fazer essas contas.
Sem ansiedade pela meta dos 30 pontos
- E a meta dos 30 pontos, traçada para a manutenção, está ao alcance da vitória. Pela segunda jornada consecutiva, depois de Arouca. Isso mexe, de alguma forma, com o subconsciente dos jogadores, mexe com a cabeça?
- Estão quase. Não, não mexe com a cabeça. Temos de pensar é em darmos o nosso melhor. Estamos muito perto de cumprirmos o nosso objetivo. Sabemos que faltam dois pontos, mas a equipa não sente a pressão. A pressão que sentimos é a mesma desde o início: entrar em todos os jogos para ganhar, em casa ou fora. Estamos muito perto do objetivo, queremos atingi-lo o mais depressa possível, para dar aquela sequência e aquela tranquilidade e confiança à equipa, para conseguir chegar o mais longe possível no campeonato.
- Um lugar de acesso à UEFA não está muito longe. Pensam nisso, ou é só a manutenção como meta?
- Depois de atingirmos essa meta, é irmos o mais longe possível. De preferência, ficar nos oito primeiros, já seria uma meta muito boa. Mas primeiro é garantir a meta da manutenção, e depois, a partir daí, é jogo a jogo, como temos vindo a fazer. As contas fazem-se no final.
Esforço premiado agora pela sorte
- O Vitória, na pretérita temporada, tinha muitas dificuldades em ganhar no Bonfim. Este ano, soma vitórias. O que mudou para esta consistência?
- O que mudou foram os resultados. Felizmente em casa têm acontecido, com o apoio fundamental dos adeptos, essas vitórias. Há certos jogos, mesmo ganhando, no final, os adeptos precisaram da equipa e corresponderam da melhor maneira. E a equipa depois sentiu isso. A diferença tem sido nos resultados. Na época passada também lutávamos muito e corríamos muito, mas depois chegávamos ao final e o resultado não aparecia. Este ano, está a aparecer. E depois, a qualidade da equipa, em certos momentos, e também a sorte tem aparecido para o nosso lado, embora não tenha surgido nalguns outros. Felizmente, os últimos jogos têm sido muito bons aqui em casa. Queremos continuar com esse ciclo de vitórias em casa.
- Não estão mais tranquilos e experientes, mesmo os mais novos que têm sido aposta?
- Em 2015/16 tínhamos muitos jogadores vindos das ligas secundárias. Se calhar, era uma experiência, era a primeira vez para alguns, e isso depois acabou por se notar a tal falta de experiência. Mas este ano temos uma equipa experiente, com muitos jogadores que andam na Liga há muito tempo. Até os que vieram da 2.ª Liga na temporada transata passaram pela adeptação e já não vão ter o mesmo tipo de reação. E também, depois, o treinador dá-nos total confiança, para não termos medo de falhar e errar, para continuar. Temos uma equipa jovem mas com qualidade. Os resultados também estão a aparecer, a meta está muito perto mas estamos tranquilos. Estamos empenhados em dar o máximo para chegar ao jogo e dar a melhor resposta possível.
Central mudou o posicionamento
- No capítulo pessoal, está a marcar muito mais golos do que era seu apanágio. O que mudou? O seu posicionamento, ou os indíces físicos permitem-lhe maior elevação? Qual o segredo?
- Felizmente são jogadas estudadas. O meu movimento este ano está a ser diferente. O treinador acha que, devido às minhas caraterísticas, sou mais forte no primeiro poste, que é onde tenho aparecido normalmente. E depois também se prende com a exucução: os meus companheiros têm-me servido da melhor maneira, as jogadas estão a ser estudadas e trabalhadas e felizmente as coisas estão a acontecer. A diferença é que as bolas estão a entrar na baliza este ano… e na época anterior não, infelizmente para mim. Metade dos golos são dos meus colegas, devido às boas solicitações. Fico feliz por estar a conseguir finalizar, para bem da equipa.
- Há também jogadores jovens sempre lançados no clube, Varela, João Amaral, Pedrosa, Pedro Pinto e outros. Que importância tem a chegada desses novos jogadores e como os ajudam. Gosta de ver o Vitória a lançar muitos jogadores?
- Sempre foi política do Vitória lançar jogadores da sua formação. Desde que subi a sénior, lança muitos jogadores da formação e oriundos dos escalões secundários. Quando eles vêm, vêm com motivação. E nós, jogadores, e o próprio treinador aproveitamos essa motivação com que cá chegam, por jogarem na Liga, e tentamos aproveitar isso em benefício da equipa. Mais experientes, nós tentamos que nos momentos em que as coisas não lhes correm tão bem e podem sentir um abalo, damos o conforto necessário para que continuem a trabalhar ao máximo e que as coisas irão aparecer. Depois, a própria qualidade do jogador vem ao de cima. A equipa está bem, eles sentem-se bem. Impomos sempre primeiro a equipa e depois a parte individual, e, depois, um ou outro vão sobressaindo e acabam por sair porque têm qualidade. E í também há um bom trabalho do Vitória, conseguir arranjar esses jogadores de sítios que ninguém conhece, nem eu próprio por vezes conheço os clubes de onde eles vieram, mas isso também é sinónimo do bom trabalho do Vitória. Que muitos clubes sigam este exemplo.
António Barroso in "A Bola"
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