A palavra fibromialgia significa dor
("algia") que vem dos músculos ("mi") e tecidos fibrosos
('fibro'), tais como tendões e ligamentos. A maioria das pessoas com
fibromialgia também tem outros sintomas além da dor. Por isso, a fibromialgia é
por vezes chamada de síndrome da fibromialgia, e é regra geral uma condição
(persistente) crónica. A fibromialgia, não afeta as articulações, pelo que é
incorreto classificá-la como um tipo de doença reumática.
A causa da fibromialgia não é conhecida. Estudos demonstraram que pessoas com
fibromialgia têm certas mudanças subtis em algumas substâncias químicas no
cérebro e sistema nervoso, como por exemplo, nos neurotransmissores. Estes são
responsáveis pela transmissão de mensagens entre os nervos e entre as células
cerebrais. Os estudos também têm demonstrado que pessoas com fibromialgia
tendem a ter uma maior quantidade de um neuropeptídeo chamado substância P no
líquido que banha o cérebro e a espinal medula (líquido cefalorraquidiano).
Esta substância pode estar envolvida na forma como as mensagens de dor são
transmitidas para o sistema nervoso central.
A teoria atual é de que as pessoas com fibromialgia têm uma hipersensibilidade
aos sinais de dor no cérebro. Isso é chamado de "sensibilização
central", e deve-se a várias pequenas alterações na química cerebral. O
que desencadeia ou causa estas alterações não é conhecido ainda.
Esta condição está frequentemente associada a outras síndromes de sensibilidade
centrais (como por exemplo, síndrome de fadiga crónica, síndrome do intestino
irritável, dismenorreia primária, dor na articulação temporomandibular, dores
de cabeça/enxaqueca, stress pós-traumático) a distúrbios de humor e transtornos
de ansiedade, e a doenças inflamatórias sistémicas, tais como a artrite reumatoide,
o lúpus eritematoso sistémico e hepatite C crónica, entre outros.
Cerca de 1 em 50 pessoas desenvolvem fibromialgia em algum momento da sua vida.
É sete vezes mais comum em mulheres do que homens, e na maioria dos casos,
desenvolve-se entre os 25-55 anos.
SINAIS E SINTOMAS/DIAGNÓSTICO
Dor: pode ocorrer em qualquer área do corpo.
Normalmente, múltiplas áreas do corpo são afetadas, e algumas pessoas sentem a
dor "por todo o corpo".
O pescoço e as costas são os sítios que são muitas vezes dolorosos. A
severidade da dor pode variar de dia para dia.
As dores podem ser agravadas pelo stress, pelo frio ou pela atividade.
Poderá sentir rigidez matinal, com dificuldade de executar os primeiros
movimentos.
Cansaço/Fadiga é comum, e é por vezes grave.
Em alguns casos é mais angustiante do que a dor. Também é comum ter um padrão
de sono de má qualidade.
Mesmo uma pequena atividade pode fatiga-lo. O cansaço pode provocar falta de
concentração.
Além disso, há uma série de outras condições que geralmente ocorrem em
simultâneo com a fibromialgia, pelo que, um grande número de outros sintomas
pode ocorrer, entre os quais:
Dores de cabeça são comuns.
Bexiga irritável é comum - pode precisar de ir ao WC com mais frequência do que
o habitual.
Síndrome do intestino irritável, ocorre geralmente em pessoas com fibromialgia
- com dores abdominais, algumas vezes com diarreia ou obstipação.
Parestesias nos dedos das mão e/ou dos pés.
Depressão ou ansiedade em algumas pessoas. Não está claro se esses são parte da
fibromialgia, ou se se desenvolvem como resultado de ter essa condição.
O diagnóstico de fibromialgia é clínico, não existem testes laboratoriais
capazes de estabelecer este diagnóstico. É essencial que o médico recolha uma
boa história clínica e que durante o exame físico inspecione os pontos de dor
característicos da fibromialgia. Algumas análises sanguíneas poderão ser
pedidas no caso de suspeita de uma desregulação da tiroide ou de um processo
artrítico precoce.
TRATAMENTO
Não há cura única ou simples para a fibromialgia.
Os tratamentos visam reduzir os sintomas, tanto quanto possível. De entre os
tratamentos sem medicação inclui-se:
Exercício físico: nem sempre ajuda, mas estudos têm demonstrado que
melhora os sintomas de um bom número de casos. Se for capaz, considere ir
progressivamente melhorando a sua condição física. Exercícios aeróbios que
causam pouco "impacto", como caminhadas, ciclismo e natação são a
melhor forma de exercício para melhorar os sintomas. Alongamentos e exercícios
como o pilates ou o yoga também podem ajudar.
Um médico ou fisioterapeuta pode aconselhar um programa adequado para sua
situação particular.
Nota: é normal sentir algum desconforto nas primeiras vezes que
experimenta um exercício.
Hidroterapia em piscina aquecida (com ou sem exercício): os tratamentos com um
fisioterapeuta em meio aquático demonstraram melhorar os sintomas em alguns
casos. Alguns estudos incluíram exercícios no plano de tratamento, outros não,
em ambos os casos pareceu ter efeitos benéficos.
Acompanhamento psicológico (terapia cognitivo-comportamental): pode ser
benéfica para algumas pessoas com fibromialgia.
É usada como um tratamento para a saúde mental, relacionada com vários
problemas físicos.
Tende a lidar com os seus pensamentos e comportamento atuais e na maneira como
lidar com a fibromialgia de uma forma mais eficaz.
Este tipo de terapia é focado no problema prático e pode realmente ajudar a
aliviar sintomas de dor, cansaço ou outros sintomas que interferem com a
qualidade de vida.
O recurso à medicação pode ser necessário, no entanto deve sempre ser orientado,
por um médico:
Analgésicos: os analgésicos como o paracetamol, e analgésicos
anti-inflamatórios, como o ibuprofeno, podem ajudar a aliviar a dor. No
entanto, muitas vezes não funcionam muito bem na fibromialgia. O tramadol é um
analgésico mais forte e é recomendada se os analgésicos acima não tiverem sido
úteis. Pesquisas têm mostrado o benefício do tramadol em pessoas com
fibromialgia.
Anti-depressivos: são comuns no tratamento da fibromialgia. Os estudos
confirmaram que os anti-depressivos são frequentemente úteis para aliviar a dor
e melhorar a função geral. Também podem ajudar com a regulação do sono.
Apesar de serem chamados anti-depressivos, eles não são usados na fibromialgia
para tratar a depressão, mas sim pela sua capacidade em aliviar a dor.
Os anti-depressivos são usados para tratar várias condições, para além da
depressão.
Exercícios terapêuticos para a fibromialgia
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos
durante o tratamento da fibromialgia, dependendo, da sintomatologia que o
paciente apresente. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na
condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.
Alongamento da cadeia posterior
Sentado, com os braços atrás da cadeira, estique
lentamente a perna puxando a ponta do pé para si.
Mantenha a posição durante 8
segundos. Repita com a outra perna.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Alongamento dos adutores da coxa
Sentado, com as plantas dos pés juntas, os
antebraços a fixar as pernas e as costas alinhadas. Empurre o mais possível os
joelhos em direção ao chão e incline ligeiramente o tronco à frente. Mantenha a
posição durante 20 segundos. Alivie lentamente a pressão.
Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Flexão/extensão da coluna vertebral
De joelhos, apoiado nas palmas das mãos, que
estão alinhadas com os ombros. Inspire fundo, enquanto deixa a coluna arquear
em direção ao chão e roda a cabeça para a frente. Expire completamente,
enquanto contrai os abdominais e enrola a coluna e pescoço.
Repita entre 8 a 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.
Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu
fisioterapeuta.
Ver também:
Pubalgia
Lombalgia e corrida
Artigo original: http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2012/10/fibromialgia-palavra-fibromialgia.html
Pubalgia
Lombalgia e corrida
Artigo original: http://fisioterapiajoaomaia.blogspot.pt/2012/10/fibromialgia-palavra-fibromialgia.html
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