sexta-feira, 18 de outubro de 2013

PUBALGIA

A pubalgia, consiste numa inflamação da sínfise púbica e inserções musculares adjacentes. A sínfise púbica é uma articulação relativamente imóvel localizada na região central à frente da bacia, próxima da inserção dos abdominais e dos músculos adutores da coxa.

A bacia forma um “anel” ósseo que suporta e distribui o peso de toda a parte superior do corpo, logo, qualquer alteração na relação de forças aplicadas num ponto deste anel serão compensados ao longo de toda a restante estrutura. Este simples facto torna mais fácil compreender porque uma dismetria no comprimento dos membros inferiores ou uma disfunção da articulação sacroilíaca podem mudar significativamente as forças aplicadas sobre a sínfise púbica, causando uma inflamação desta articulação. Para além disso, o grande número de grupos musculares inseridos próximo da articulação (adutores da coxa, reto abdominal, reto interno, músculos do pavimento pélvico) fazem com que esta esteja mais vulnerável a forças de torção.

Embora as causas exatas da pubalgia sejam geralmente desconhecidas, na maioria dos casos esta será provavelmente causada por microtraumatismos repetitivos, resultantes do esforço físico excessivo ou de forças de torção aplicadas à sínfise púbica. A pubalgia parece ser mais prevalente em desportos que envolvem corrida, chutos, movimentos rápidos ou desvios laterais.

SINAIS E SINTOMAS/ DIAGNÓSTICO 
Dor persistente na virilha durante a corrida, exercícios abdominais e agachamentos, que raramente é impeditiva, mas poderá ser bastante desconfortável.

Dor na virilha que se desenvolve gradualmente, podendo ser confundida com uma lesão muscular.

Em casos graves pode provocar caudicação.

Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica, exame da anca, pélvis, lombar e sacroilíaca são necessários para ajudar ao diagnóstico de uma pubalgia.

Um raio-X poderá confirmar o diagnóstico, demonstrando uma sínfise púbica irregular, com sinais de espessamento do osso e inflamação.

TRATAMENTO
O tratamento em fisioterapia, na fase inicial, consiste e controlar os sinais inflamatórios, através de:

Descanso: repouse de todas as atividades que causam dor. Se dormir de lado deve colocar uma almofada entre as pernas.

Gelo: Aplique uma compressa de gelo na área lesada, colocando uma toalha fina entre o gelo e a pele. Use o gelo por 20 minutos e depois espere pelo menos 40 minutos antes de aplicar gelo novamente.

Analgésicos e anti-inflamatórios não-esteroides poderão ser receitados pelo médico para controlar o processo inflamatório e aliviar as dores.

Após a fase inflamatória (2-3 dias) o seu fisioterapeuta poderá recorrer às seguintes técnicas para restaurar o normal funcionamento da articulação:Alongamento dos músculos inseridos próximo da sínfise púbica, particularmente dos adutores da coxa.

Devem ser realizados progressivamente e sem provocar dor.

Mobilizações e manipulações articulares devem ser realizadas apenas por fisioterapeutas mais experientes.

O fisioterapeuta poderá aplicar ultra-sons na região da sínfise púbica e próxima à inserção dos músculos adutores para reduzir a dor e controlar o processo inflamatório. Deve ser utilizado apenas casos a fase de crescimento já tenha terminado.

Plano de exercícios terapêuticos para realizar no domicílio que inclua movimentos de rotação da pélvis, e mobilização da coluna lombar e ancas 
 Assim que os sintomas permitirem fortalecimento dos músculos inseridos próximo da sínfise púbica, particularmente dos adutores da coxa. Devem ser realizados progressivamente e sem provocar dor. Um aquecimento com técnicas de facilitação neuromuscular propriocetiva poderão melhorar as propriedades do tecido muscular.

A aplicação de calor antes dos exercícios para aumentar a irrigação sanguínea e de gelo no final para prevenir sinais inflamatórios.

Educação do paciente e plano de retorno gradual à atividade. 

Exercícios terapêuticos para a pubalgia 
 Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação de uma pubalgia. Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

Fortalecimento do transverso do abdómen 
Deitado, com o elástico à volta da cintura. Pressionar o fundo das costas contra o chão e tentar diminuir o diâmetro da cintura. Mantenha a contração durante 8 segundos. Retorne lentamente à posição inicial.

Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma. 

Alongamento dos adutores da coxa 
Em pé, com as pernas afastadas, empurre a bacia para o lado contrário ao músculo a alongar, de seguida, com as costas alinhadas, incline ligeiramente o tronco à frente até sentir o alongamento na região interna da coxa e virilha. Mantenha a posição durante 20 segundos. Alivie lentamente a pressão.

Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

Fortalecimento dos extensores da anca 
Deitado, com os braços ao longo do corpo, eleve a bacia até coxas e costas ficarem alinhadas no mesmo plano. Retorne lentamente à posição inicial.

Repita entre 8 e 12 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta. 

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