domingo, 20 de julho de 2014

Curtas sobre a má formação de jogadores de futebol em Portugal

Artigo extraído do Blogue Posse de Bola.

Clubes grandes, com várias equipas em todos os escalões, em que os especialistas em scouting andam que nem vampiros atrás de qualquer miúdo acabado de sair da maternidade.

Grandes academias que têm várias equipas em contexto de competição, com miúdos de pouca ou nenhuma capacidade para estarem inseridos em contextos competitivos. Estas equipas, apenas existem como suporte de empresas com parcerias a clubes, enquanto, que na mesma região existem clubes que praticamente não têm atletas para as suas equipas de competição.

Grandes clubes colocam demasiada ênfase na vitória, como grande atributo para uma formação de excelência, quando na minha opinião, deveria estar na superação, sobre a competitividade dos campeonatos, a verdadeira fomentação de jogadores competitivos.

Grandes clubes deveriam ser os primeiros a perceber que os seus jogadores evoluem menos, quando terminam os campeonatos com quase 200 golos marcados e 0 derrotas.

O que aprendem esses miúdos com este tipo de competição, e competitividade?

A derrota deveria fazer parte de um processo evolutivo. Chega-se ao ridículo de um miúdo que entre para os Benjamins do SLB, e termine o seu percurso no escalão de Júnior, que nestes 8/ 10 anos de «formação» não tenha sido derrotado em 10 jogos!!

Dirão alguns que os clubes pequenos não têm treinadores de qualidade?
Em alguns casos sim. Mas refiro também que eles existem nas estruturas dos grandes clubes, alguns deles com grandes problemas pedagógicos.

O que fazer?
Urgentemente:
Limitar o número nas equipas de competição (no máximo 2): equipa A e equipa B. Esta limitação obrigaria todos os clubes a serem muito mais seletivos e criteriosos no scouting.

As associações de futebol organizarem torneios para equipas e atletas não federados.

Treinadores que não tenham exercido a profissão nas duas ultimas épocas, seriam obrigados a realizar cursos de reciclagem para continuarem com o nível de treinador que anteriormente possuíam.

Os clubes serem obrigados a validar duas revalidações de inscrições por cada transferência a realizar.

O custo das revalidações tem que ser muito mais vantajoso para os clubes que o das transferências.

Existir por parte dos clubes a consciência que, muitos miúdos estão neste momento sem clube porque o custo dos escalões de formação são suportados pelos Encarregados de educação, em alguns casos com mensalidades caríssimas.

Elaboração de um projeto de formação por parte da FPF para todo o futebol de formação, com especial incidência nos escalões mais novos. Imitar os bons exemplos como o da Holanda.

Redução do preço dos cursos de treinadores. Estamos num país em que, o custo para se ter a licença de treinador de futebol, por comparação com licenciaturas e mestrados em desporto, é absolutamente obsceno. Como sabem, para se trabalhar mesmo no distrital, na maioria dos casos sem remuneração, é requisito necessário o primeiro nível. Estes custos impossibilitam muitos interessados de se candidatar.

Uma maior valorização do futebol de bairro dando condições para os miúdos terem contextos competitivos de grande exigência psico-motora, Estar 4/5 h por dia em contacto com a redondinha é a melhor formação que podemos fomentar nos nossos jovens.

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