domingo, 20 de outubro de 2013

DOR CIÁTICA

A dor ciática não é uma patologia em si, mas apenas um conjunto de sintomas (uma síndrome), que pode ser causado por inúmeras condições. Estes sintomas resultam da compressão do nervo ciático próximo à sua origem (entre a região lombar e a região glútea) e envolvem dor que começa nas costas e irradia para baixo pela face posterior da perna/s. O termo médico para esta síndrome é compressão de raízes nervosas aguda ou radiculopatia.

A compressão do nervo provoca isquémia do tecido nervoso, devido à falta de oxigénio e pobre irrigação sanguínea, levando a uma falha na comunicação entre o cérebro e as partes do corpo correspondentes ao nervo comprimido. No caso da compressão do nervo ciático poderá experienciar os sintomas apenas na parte de trás da coxa, mas também poderá irradiar para a parte dianteira do joelho ou percorrer toda a região posterior da barriga da perna e pé.

A dor ciática geralmente é desencadeada por um movimento a que se atribui pouca importância, como curvar-se para apanhar algum objeto, e caracteriza-se pela gravidade dos seus sintomas, muitas vezes impedindo o paciente de se movimentar normalmente. Isto normalmente obriga a uma intervenção precoce, no entanto, se a compressão do nervo se prologar no tempo, tecido fibroso irá formar-se em volta do local da compressão, podendo levar a uma perda permanente da função do nervo afetado.

A dor ciática pode ser causada por uma hérnia discal lombar, por alterações degenerativas da coluna lombar, por estenose docanal medular, por espondilolise e espondilolistese ou por síndrome do piramidal. Outras causas menos comuns são tumores, infeções e fraturas.

SINAIS E SINTOMAS/ DIAGNÓSTICO 
  • Dor lombar aguda (nem sempre presente, especialmente na síndrome do piramidal) 
  •  Dor que irradia para a perna. Essa dor pode ser aguda e acompanhada de formigueiros e/ou dormência. 
  •  A dor pode agravar quando se senta/levanta, tosse ou espirra 
  •  Dor geralmente alivia quando está deitado de barriga para cima e está sempre melhor pela manhã, após uma noite de descanso 
  •  Pode haver espasmo muscular na região lombar e sensibilidade ao toque nessa região.

O diagnóstico é orientado para descobrir qual é a disfunção que está a causar a compressão do nervo ciático e consequentemente todos os sintomas. Uma boa avaliação, incluindo uma história clínica, exame motor completo, exame neurológico e vascular dos membros inferiores são necessários para excluir possíveis causadores de dor ciática. A confirmação do diagnóstico muitas vezes começa com um raio-X à coluna lombar, no entanto, a ressonância magnética (RM) é o principal meio de diagnóstico, pois permite visualizar o canal medular em detalhe, assim como o espaço dos buracos de conjugação e o disco intervertebral.

TRATAMENTO 
Numa fase inicial, em que os sintomas estão bastante exacerbados o tratamento deve incluir:
  • Repouso no leito, se necessário, numa posição que seja confortável 
  • O seu médico pode prescrever medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides, como o ibuprofen. Estes devem sempre ser tomados sob a orientação de um médico e nunca se o paciente tiver asma 
  • A aplicação de calor local ou um banho quente pode ajudar a aliviar os espasmos musculares 
  •  O uso de um colete ortopédico pode dar um suporte adicional nas fases iniciais
    Após a fase aguda devem ser realizados todos os testes e avaliações necessários para diagnosticar qual a origem dos sintomas e prosseguir com o tratamento mais adequado para cada um dos casos (hérnia discal lombar; alterações degenerativas da coluna lombar; estenose do canal medular; espondilolise e espondilolistese; síndrome do piramidal).
 Exercícios terapêuticos para a dor ciática
Os seguintes exercícios são geralmente prescritos durante a reabilitação da dor ciática.

Deverão ser realizados 2 a 3 vezes por dia e apenas na condição de não causarem ou aumentarem os sintomas.

Posição de congruência das facetas articulares
Deitado, apoie-se nos cotovelos. Mantenha a posição durante 30 a 90 segundos. Retorne lentamente à posição inicial.

Repita entre 2 a 4 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

Alongamento do grande glúteo
Coloque-se apoiado nos cotovelos e joelhos. Avance o joelho da perna a alongar na direção do ombro do lado contrário, o pé fica virado para dentro. Aproxime o mais possível o joelho do peito. Mantenha a posição durante 20 segundos.

Repita entre 5 a 10 vezes, desde que não desperte nenhum sintoma.

Antes de iniciar estes exercícios você deve sempre aconselhar-se com o seu fisioterapeuta.

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