sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

O Andebol está de volta ao Juventude Atlético Clube de Santiago do Cacém

De mãos dadas com a autarquia e o Agrupamento Escolar,  o Juventude Atlético Clube (JAC)  quer voltar a colocar Santiago do Cacém na rota do andebol. Numa iniciativa conjunta do JAC, do Agrupamento Escolar de Santiago do Cacém, do Município de Santiago do Cacém e da Federação de Andebol de Portugal, o clube dedicou um dia ao Andebol 4 Kids, naquele que, para muitos, foi o primeiro contacto com o andebol.

Marizete, funcionária do JAC, recorda os tempos em que o andebol reinava, no clube: “Trabalho há 17 anos aqui para o Juventude Atlético Clube.  O andebol foi uma atividade onde tínhamos muitos, muitos miúdos, quando eu vim para cá, em 1997. Tínhamos desde minis até aos seniores e agora nem Andebol temos cá. Este recomeço é bom para a população e para o JAC”, afirma, com a certeza do que o futuro reserva.

Memórias partilhadas pelo vereador do desporto da Câmara Municipal de Santiago do Cacém,  Norberto Barradas “havia, entre as escolas, competição mesmo a nível distrital. Ainda me lembro da participação com as escolas de Setúbal, Almada, em campeonatos e torneios que se faziam. Havia até alguma rivalidade entre essas escolas”, recorda, com um ligeiro sorriso. 

O JAC quer oferecer mais uma modalidade aos muitos jovens de Santiago do Cacém e para cativar mais praticantes para o Andebol, a parceria com as escolas é fundamental, como nos contou Clara Boavista,  “o JAC pediu-nos ajuda para cativar o maior número possível de atletas para darem início ao Andebol.  Até agora está a correr bem e vamos ver qual é o resultado depois da iniciativa que aqui tivemos”. A professora da Escola Secundária Manuel da Fonseca reforça a importância da escola na ligação ao clube: “tem de haver uma ligação próxima do clube com os encarregados de educação, isso é fundamental. Às vezes os encarregados de educação não têm muito conhecimento de como funciona a parte desportiva e os diretores de turma do 1º ciclo também vão ser esse elo de ligação. “

O Andebol em Santiago do Cacém não é novidade para alguns. Ofegante, entre jogos, o Lucas Silva, de 8 anos, conta que “já conhecia o andebol, às vezes jogo com o meu pai. E também vinha aqui ver os jogos. Eu gostava mesmo era de ser guarda-redes mas a minha mãe não me deixa”, lamenta-se. Mas já tem argumentos para convencer a mãe a deixá-lo ir praticar Andebol: “vou-lhe dizer que gosto muito deste desporto e que já sei como é que isto funciona e nunca vou desistir de fazer isto”, compromete-se.  Também a Beatriz Silva, de 9 anos, “já conhecia o andebol das aulas de ginástica. É muito divertido, gosto de passar a bola aos outros e não gosto muito de estar na baliza. Se calhar venho para cá jogar!”, conta animada.

Para outros, contudo, é uma modalidade a descobrir. A Claudia Pereira, de 9 anos, “não conhecia o Andebol e joguei pela primeira vez. Achei divertido, podes marcar golos, podes ir à baliza, podes andar a correr atrás duma bola…”, diz ela.

O JAC tem, no Agrupamento de Escolas de Santiago do Cacém, um grande apoio no incentivo à prática desportiva, particularmente na pessoa do seu Diretor, Manuel Botelho Mourão. Grande defensor da prática da atividade física desportiva, é perentório nas afirmações que faz:  “eu penso que as escolas públicas têm várias falhas, começando logo pelo pré-escolar. Falta atividade física desportiva, porque são idades em que os meninos mais querem correr, saltar, jogar, interagir. O que tenho sentido devido às funções que exerço é que há essa predisposição das crianças para correr e jogar e as escolas têm-nos 25 horas por semana sentados a uma secretária.” Por isso, não hesita em colaborar com o JAC “tudo o que apareça no meio que possa colaborar com as escolas para que, nestas idades do pré-escolar e 1º ciclo, são benvindas e apoiadas por mim. Só haverá um crescimento completo da pessoa humana se for possível que todas as capacidades e competências venham ao de cima”, defende Manuel Botelho Mourão.

O sucesso do JAC passa, inevitavelmente, pelo apoio dos pais. José Luis Santos, pai de uma menina que já jogou no JAC, está satisfeito com esta novidade “vejo com bons olhos este recomeço, foi um clube onde eu cresci também. Também vou apoiar o regresso do andebol e a prática do desporto. Nós, como temos uma grande história no andebol aqui no JAC, com 20 anos já, é importante passarmos algum conhecimento e fazermos algumas equipas.  Quem sabe, até, levarmos alguns jogadores às seleções! “, ambiciona.

A autarquia está na primeira linha do incentivo à práctica desportiva

O Andebol é uma modalidade pela qual o próprio Presidente da Câmara Municipal de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, nutre especial simpatia: “Conheço bem o andebol, eu próprio pratiquei, como federado, duas épocas em Alvalade, de onde sou natural. Tenho um carinho especial por este desporto porque o pratiquei”, conta o autarca. E destaca a importância da iniciativa do JAC, “o que é importante sublinhar é a iniciativa do JAC em trazer de novo esta modalidade aos miúdos de Santiago. Para muitos deles, tiveram há pouco tempo o primeiro contacto com o andebol. Espero que muitos deles fiquem “com o bichinho” e que possa surgir a organização de equipas para competir porque o desporto é, de facto, das coisas mais importantes que a vida nos dá, em particular nos jovens.” 

Defende, também, a importância do desporto no geral, “a prática desportiva, para além de ser boa para o próprio ser humano é também muito importante para a transmissão de valores, camaradagem, trabalho de equipa”, reconhece.

E assegura o apoio da Câmara Municipal a este projeto: “A autarquia, dentro das nossas possibilidades, está na primeira linha do incentivo à prática desportiva. O JAC é um clube muito eclético, isso é muito importante e a autarquia está “de corpo e alma” no apoio a esta iniciativa.

No mesmo registo, o vereador do desporto reconhece que “o clube atravessa uma fase difícil devido aos encargos que tem com este pavilhão, que tem condições excelentes para a prática do desporto e estão empenhados em desenvolver mais esta atividade desportiva”. E acrescenta que “nós, câmara municipal, estamos também empenhados em ajudá-los neste sentido. Tudo faremos para que isso aconteça”, garante Norberto Barradas.

Fonte: Federação Portuguesa de Andebol

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