sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Qual tipo de educador/treinador de futebol ideal para os jovens?

Será o indivíduo que, simultaneamento, possua experiência como praticante desportivo e tenha uma formação própria que o habilite a treinar jovens futebolistas.
Deverá ser um educador que, possua sólidos conhecimentos de Futebol, que goste de trabalhar e que consiga estabelecer uma boa relação com os jovens; que seja conhecedor das suas diferentes fases de desenvolvimento e que conheça os meios e os métodos mais adequados para o desenvolvimento integral dos jovens.
O treinador é uma " Figura Central" de um vasto e complexo sistema de relações e de influências que compõe a actividade desportiva.
O educador/treinador, atravês de tudo aquilo que faz, educa e forma seres humanos, e constitui um modelo para todos aqueles com quem trabalha no dia a dia. As suas influências exercem-se directamente sobre os jovens futebolistas e indirectamente sobre aqueles que o rodeiam, treinadores-adjuntos, médicos, enfermeiros, dirigentes, pais e espectadores.
Para Barata (1999), o treinador deve constituir um bom exemplo e um bom modelo para o praticante desportivo, fundamentalmente junto das crianças e jovens, na medida que estes se encontram na fase de formação da sua personalidade e de aquisição de valores e referências determinantes para a sua vida futura. Por isso o treinador deve ter consciência do impacto que as suas opções e prioridades provocam nas crianças e nos jovens que treina, já que os jovens são facilmente influenciàveis e diariamente são confrontados com novas experiências e situações.
O educador/treinador, por aquilo que é e pelo que faz, exerce uma forte influência e modela o comportamento dos seus joagdores, sendo a sua acção por vezes mais forte que a dos seus prórios pais.
Na nossa actividade como educador/treinador de jovens, temos por hábito, inquirir os jovens sobre o seu desenvolvimento escolar. Um dos jovens informou-nos que havido tirado quatro negativas e faltando à verdade ao pai, disse-lhe que havido tirado apenas uma. Mais tarde, o pai do jovem apercebendo-se da verdade dos factos, dirigiu-se a nós com um ar muito triste, dizendo-nos que tratava tão bem e fazia tanto pelo seu filho, que não entendia porque é que o filho tinha mais respeito pelo treinador do que pelo seu prório pai.
Ainda sobre as influência dos treinadores, achamos particularmente interessante a ideia transmitida por Woods (1985, citado por Barata, 1998), acerca da influência do treinador sobre uma equipa de jovens, referindo que o treinador é uma das mais potentes referências para a identificação de um jovem. Ele simboliza a força, a capacidade competitiva e a independência que os jovens procuram desesperadamente atingir.
Refere ainda o mesmo autor que o treinador deveria ser avaliado e pago, não pelas vitórias ou derrotas alcançadas pelas suas equipas, mas em termos de ser humano que ele ajudou a construir.
Rui Pacheco

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