Foto: Câmara Municipal de Setúbal |
Atletas e treinadores presentes nos Jogos Paralímpicos do Rio de
Janeiro partilharam experiências competitivas num debate realizado no
dia 31 no âmbito da iniciativa nacional Dia Paralímpico Escolar, que, em
Setúbal, conta ainda com uma ação de sensibilização no dia 4.
As atletas Cristina Gonçalves, de boccia, e Simone Fragoso, de natação,
o treinador de equitação Hugo Serrenho e António Carneiro, técnico do
Comité Paralímpico de Portugal, foram os oradores do debate “O Movimento
Paralímpico”, realizado na Escola Secundária D. João II, do calendário
de eventos de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016.
A sessão, organizada pelo CPP – Comité Paralímpico de Portugal e pela
Escola Secundária D. João II, com apoio da Câmara Municipal de Setúbal,
contou, na sessão de abertura, com as participações do presidente do
CPP, Humberto Santos, e do diretor daquele estabelecimento de ensino,
Ramiro Sousa.
A falta de investimento nas modalidades paralímpicas portuguesas em
comparação com outros países e a fraca visibilidade mediática dos
atletas foram alguns dos tópicos abordados pelos intervenientes da
sessão de abertura do encontro do Dia Paralímpico Escolar.
Portugal esteve representado nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro
2016, que decorreram entre 7 e 18 de setembro, com 37 atletas,
distribuídos por sete modalidades, com estreias no judo e no tiro.
O vereador da autarquia com o pelouro do Desporto, Pedro Pina, presente
na sessão de abertura do encontro, fez um agradecimento especial aos
atletas.
Num ambiente informal, Cristina Gonçalves, Simone Fragoso, Hugo
Serrenho e António Carneiro partilharam experiências, curiosidades e
episódios da representação de Portugal nos Jogos Paralímpicos.
Cristina Gonçalves já fez elevar a bandeira nacional em diversos pontos
do mundo. Aos 38 anos, a campeã paralímpica em boccia, da Associação de
Paralisia Cerebral de Lisboa, conta com três medalhas de ouro na
modalidade.
A atleta de boccia, modalidade do Programa Paralímpico desde os Jogos
de Nova Iorque em 1984, conquistou ainda a medalha de prata em equipas
BC1/BC2 nos Jogos Paralímpicos de Pequim, em 2008.
Mais recentemente, ganhou a medalha de bronze em equipas BC1/BC2 nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro 2016.
Simone Fragoso também participou nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, e nas
edições de Pequim 2008 e Londres 2012. Durante o encontro, a atleta, de
36 anos, falou da experiência vivida nos eventos mundiais.
Em 2006, a nadadora ganhou uma medalha de prata no Campeonato do Mundo
na África do Sul e, no ano seguinte, uma de bronze na mesma competição.
Em 2008, arrecadou duas medalhas de ouro e uma de prata no Campeonato do
Mundo de Nanismo e, em 2009, alcançou prata no Campeonato da Europa de
Reykjavik.
Outro dos intervenientes, o treinador de equitação Hugo Serrenho, que
começou a montar a cavalo quando tinha 13 anos num centro hípico na zona
de Caldas da Rainha, deu conta da participação de Ana Mota Veiga,
atleta que se estreou nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro de 2016.
Durante o encontro “O Movimento Paralímpico”, o treinador, cavaleiro
federado desde 1992, confessou o sentimento associado à entrada no
evento mundial. “Dominou o meu mundo de sonhos.”
O evento contou ainda com a participação de António Carneiro, que
participou como chefe da equipa de vela nos Jogos Olímpicos de 1992 e
Atlanta de 1996, e como elemento do staff técnico do Comité Paralímpico
de Portugal nos Jogos Paralímpicos de Londres, em 2012, e do Rio, em
2016.
O treinador de vela e professor de educação física do ensino básico partilhou aspetos sobre a “preparação de desportistas completos”, associada, também, à “preparação de cidadãos completos”.
A seguir às intervenções, houve um período de perguntas colocadas pelos
alunos da D. João II, o que permitiu a Simone Fragoso assegurar que, “apesar das dificuldades”,
nunca pensou em desistir, atleta que iniciou o percurso na piscina do
ACM do Montalvão e que, mais tarde, ingressou no Clube Naval
Setubalense.
Já Cristina Gonçalves revelou que iniciou a prática de boccia a convite da treinadora Rosa Carvalho. “A partir daí, nunca mais parei e nunca pensei em desistir.”
“O Movimento Paralímpico” incluiu um momento musical, a cargo de Os Tamborzinhos, grupo da APPACDM de Setúbal.
Igualmente inserido no programa de Setúbal Cidade Europeia do Desporto e
do Dia Paralímpico Escolar, a Escola D. João II recebe no dia 4, entre
as 09h30 e as 18h00, alunos do curso profissional “Técnico de Apoio à
Gestão Desportiva”, da EB+S Ordem de Sant’Iago, da Bela Vista, para uma
ação de experimentação de modalidades paralímpicas em contexto escolar.
O “Dia Paralímpico na Escola – Setúbal” inclui uma exposição
fotográfica, uma ação de formação de modalidades paralímpicas em
contexto escolar, bem como um colóquio integrado no Dia Paralímpico.
Atletismo, andebol e basquetebol em cadeira de rodas, boccia, voleibol
sentado, goalball, ciclismo, ténis de mesa e em cadeira de rodas, tiro,
tiro com arco e judo são as 12 modalidades paralímpicas representadas
nesta ação.
O Dia Paralímpico Escolar, que percorre várias escolas do país,
desenvolvido em Setúbal com a colaboração da Câmara Municipal e da ES D.
João II, pretende contribuir para a divulgação do Movimento
Paralímpico, alargar a prática desportiva e promover a excelência
desportiva e a inclusão social das pessoas com deficiência através do
desporto.
Fonte: Câmara Municipal de Setúbaç
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