Artigo extraído do Blogue Posse de Bola.
Clubes grandes, com várias equipas em todos os escalões, em que os especialistas em scouting andam que nem vampiros atrás de qualquer miúdo acabado de sair da maternidade.
Clubes grandes, com várias equipas em todos os escalões, em que os especialistas em scouting andam que nem vampiros atrás de qualquer miúdo acabado de sair da maternidade.
Grandes academias que têm várias equipas em contexto
de competição, com miúdos de pouca ou nenhuma capacidade para estarem inseridos
em contextos competitivos. Estas equipas, apenas existem como suporte de
empresas com parcerias a clubes, enquanto, que na mesma região existem clubes
que praticamente não têm atletas para as suas equipas de competição.
Grandes clubes colocam demasiada ênfase na vitória,
como grande atributo para uma formação de excelência, quando na minha opinião,
deveria estar na superação, sobre a competitividade dos campeonatos, a
verdadeira fomentação de jogadores competitivos.
Grandes clubes deveriam ser os primeiros a perceber
que os seus jogadores evoluem menos, quando terminam os campeonatos com quase
200 golos marcados e 0 derrotas.
O que aprendem
esses miúdos com este tipo de competição, e competitividade?
A derrota deveria fazer parte de um processo
evolutivo. Chega-se ao ridículo de um miúdo que entre para os Benjamins do SLB,
e termine o seu percurso no escalão de Júnior, que nestes 8/ 10 anos de
«formação» não tenha sido derrotado em 10 jogos!!
Dirão alguns
que os clubes pequenos não têm treinadores de qualidade?
Em alguns casos sim. Mas refiro também que eles
existem nas estruturas dos grandes clubes, alguns deles com grandes problemas
pedagógicos.
O que fazer?
Urgentemente:
Limitar o número nas equipas de competição (no máximo
2): equipa A e equipa B. Esta limitação obrigaria todos os clubes a serem muito
mais seletivos e criteriosos no scouting.
As associações de futebol organizarem torneios para
equipas e atletas não federados.
Treinadores que não tenham exercido a profissão nas
duas ultimas épocas, seriam obrigados a realizar cursos de reciclagem para
continuarem com o nível de treinador que anteriormente possuíam.
Os clubes serem obrigados a validar duas revalidações
de inscrições por cada transferência a realizar.
O custo das revalidações tem que ser muito mais
vantajoso para os clubes que o das transferências.
Existir por parte dos clubes a consciência que, muitos
miúdos estão neste momento sem clube porque o custo dos escalões de formação
são suportados pelos Encarregados de educação, em alguns casos com mensalidades
caríssimas.
Elaboração de um projeto de formação por parte da FPF
para todo o futebol de formação, com especial incidência nos escalões mais
novos. Imitar os bons exemplos como o da Holanda.
Redução do preço dos cursos de treinadores. Estamos
num país em que, o custo para se ter a licença de treinador de futebol, por
comparação com licenciaturas e mestrados em desporto, é absolutamente obsceno.
Como sabem, para se trabalhar mesmo no distrital, na maioria dos casos sem
remuneração, é requisito necessário o primeiro nível. Estes custos
impossibilitam muitos interessados de se candidatar.
Uma maior valorização do futebol de bairro dando
condições para os miúdos terem contextos competitivos de grande exigência
psico-motora, Estar 4/5 h por dia em contacto com a redondinha é a melhor
formação que podemos fomentar nos nossos jovens.
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